Impermeabilização com manta asfáltica

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Roberto Massaru Watanabe
Roberto é engenheiro civil formado pela USP e especialista em patologias das edificações.

A manta asfáltica se apresenta como um dos métodos impermeabilizantes com melhor custo benefício comercializados no país. É amplamente disponível e existe uma abundância de profissionais habilitados a instalá-la. Sem dúvidas, é o método mais popular atualmente.

Porém, apesar de ser relativamente simples de ser aplicada, a manta requer alguns cuidados para que se evitem problemas de infiltração no futuro.

Escolha do tipo de manta asfáltica

Para atender a cada caso específico, os fabricantes de mantas asfálticas produzem uma grande variedade de tipos de mantas. Se por um lado isso permite que se tenha uma manta adequada para cada situação, por outro, traz para o consumidor leigo uma grande dificuldade na escolha da manta correta.

Segundo a norma brasileira NBR-9952 – Manta Asfáltica para Impermeabilização (ABNT), as mantas são classificadas segundo sua resistência à tração em tipos I, II, III e IV, e segundo as temperaturas a que serão submetidas em tipos A, B e C.

Atenção à vida útil da manta asfáltica

O asfalto, por ser um excelente impermeabilizante, além de ser também flexível, é um ótimo material para realizar a impermeabilização de uma laje. No entanto, ele não dura para sempre: ao longo dos anos, sofre um envelhecimento normal, com a perda de componentes voláteis, que pode ser acelerado pela exposição ao calor.

Uma manta asfáltica velha se torna rígida e quebradiça, ou seja, não consegue mais acompanhar a movimentação normal da laje. Nestas condições, ela trinca e passa a permitir a passagem de água.

A vida útil da manta asfáltica é relativamente curta: aproximadamente 10 anos. Após esse período, a manta deve ser trocada. Esse fato deve ser levado em consideração ao escolher o tipo de revestimento do piso, pois a troca da manta envolve a quebra e remoção desse revestimento. A troca de pisos nobres, como o mármore ou granito, pode gerar altos custos.

Se quiser evitar o trabalho de trocar a manta asfáltica a cada 10 anos, outro tipo de produto impermeabilizante deverá ser escolhido.

Proteção térmica da manta

Para maximizar a vida útil da manta asfáltica, é necessário realizar a proteção térmica da manta. O calor acelera a perda dos componentes voláteis que conferem flexibilidade e elasticidade ao asfalto. Sem essa proteção, a manta não irá durar mais do que cinco anos.

Existem diversos sistemas para fazer a proteção térmica da manta asfáltica. O mais prático deles é a colocação de placas de isopor (EPS, expanded polystyrene ou poliestireno expandido).

Preparo do substrato

Trincas na laje de cobertura

No caso de aplicação de manta asfáltica em laje de cobertura de edifícios antigos, devemos atentar para as condições do concreto. O concreto é um material que sofre degradação quando submetido a condições adversas, como exposição solar intensa e choque térmico (chuva de granizo em um dia quente, por exemplo).

Sequência de colocação da manta

As mantas são fornecidas em rolos de 10 metros de comprimento por 1 metro de largura. Isso significa que para forrar um laje será necessário fazer emendas, por onde poderão ocorrer infiltrações caso sejam feitas de maneira errada.

Colocação da manta na borda do ralo

Colocação de manta asfáltica nas bordas do ralo

As bordas do ralo são sempre locais que requerem uma atenção especial, pois são frequentemente locais de infiltração. Por conta disso, os fabricantes recomendam aplicar dois reforços feitos da própria manta nas bordas do tubo de descida.

No entanto, é preciso levar em consideração que esses reforços diminuirão o diâmetro útil do tubo e poderão ocasionar alagamentos na laje em dias de chuva forte.

Instalação do dreno da manta

Além da drenagem da água da chuva pelo ralo, é necessário lembrar que parte dessa água irá passar o revestimento do piso e precisará de uma drenagem também. Esse dreno deve ser posicionado de forma a permitir o escoamento da água acumulada sobre manta.

Aplicação da manta nos cantos da laje

A manta asfáltica é um produto delicado, que não pode ser dobrado. É necessário ter atenção à técnica de aplicação da manta nos cantos entre paredes e no canto entre o piso e a parede.

Os cantos vivos tornam a manta asfáltica quebradiça, podendo causar trincas, por onde a água da chuva poderá passar. A manta asfáltica é relativamente grossa e, ao dobrá-la, estamos introduzindo esforços de flexão que rasgam a parte externa da curvatura.

Aplicação da manta sobre juntas de dilatação térmica e trincas

Manta asfáltica sobre junta de dilatação térmica

A junta de dilatação térmica é uma abertura projetada para acomodar o movimento natural de dilatação e retração que os materiais sofrem ao esquentar e esfriar. Isso evita o abaulamento da laje e o surgimento de trincas.

A manta estará “colada” à laje, ou seja, irá se movimentar junto com ela. Para que a manta alongue sobre uma junta conforme o prometido pelo fabricante, é necessário deixar um trecho de manta não aderido ao concreto.

Instalação de estruturas sobre a manta

A laje de cobertura frequentemente recebe uma infinidade de componentes, como haste pára-raios, sinaleiro para iluminação noturna e antenas.

Laje de cobertura com antenas

Durante a instalação e fixação desses itens na laje, é preciso tomar muito cuidado para que a manta, aplicada logo abaixo do piso, não seja perfurada. Se isso ocorrer, a água da chuva passará por esse furo e causará problemas no pavimento inferior.

Quando for instalar algo na laje, a empresa responsável pela instalação deverá assinar um termo de compromisso se responsabilizando pela troca da manta caso haja dano decorrente da instalação.

Para evitar esse problema, a fixação dos elementos deve ser feita sobre uma placa de concreto, e não diretamente sobre a laje.

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